terça-feira, 14 de maio de 2013

PARA REFLETIR!



A vitória de um descendente de escravos
125 anos de Abolição: Família avança no ritmo do progresso do Brasil.




 Quando o Brasil fez seu primeiro Censo, em 1872, o levantamento apontou que 15% da população eram de escravos, o que correspondia a pouco mais de 1,5 milhão de pessoas. Dezesseis anos mais tarde, em 13 de maio, o país tinha menos de um milhão de escravos. A redução se deu muito por conta da Lei do Ventre Livre e da Lei dos Sexagenários, que em 1885 libertou todos os negros com mais de 65 anos e estabeleceu que os com mais de 60 anos e menos de 65 estariam livres, mas sujeitos à prestação de serviços por três anos.

Vicente Pereira Machado, o bisavô de Robson Machado, era um dos escravos que o Censo apontava. Liberto quando a Lei Áurea foi assinada, ele deixou a fazenda por volta de 1898. Estava casado com Marcolina Ribeiro de Jesus, que havia nascido depois da Lei do Ventre Livre. Os dois, os filhos e Marcos, irmão de Vicente, foram para Vala do Souza, hoje Jerônimo Monteiro (ES). Em 1910, já em Alegre (ES), nasceu Paulo Vicente Machado.

Avô de Robson, Paulo cresceu ajudando os pais na lavoura. Menino, ele aprendeu sobre jongo, soube das dificuldades enfrentadas por quem vivia nas senzalas e ouviu histórias sobre as negras bonitas.
Aos 15 anos, casou com Ana Cândida, 12 anos mais velha. E foi durante a República Velha (1889-1930), com a expansão ferroviária, que passou a trabalhar na estrada de ferro. Começou capinando a linha. Mais tarde, acabou transferido com a família para Bom Jardim, na Região Serrana do Rio.

— A expansão ferroviária era um trabalho braçal e arregimentou muitos negros. Meu avô foi um deles e veio para o Rio trabalhar na Estação Santa Luzia — diz Robson.
Foi em Bom Jardim que, em 1947, nasceu Maria Cleusa Vicente Machado, mãe de Robson. Aos 9 anos, ela deixou a família e foi trabalhar como doméstica no Centro do Rio.
— Em Bom Jardim, a gente tinha uma vida miserável — recorda Cleusa. — Eu dizia que não queria aquela vida, queria estudar, ter roupa bonita. Então, minha mãe deixou que eu fosse embora.
Em 1956, Cleusa desembarcou na Rua Calógeras — “lembro o endereço todo até hoje”. Juscelino Kubitschek já era o presidente.
— Fiquei até os 16 anos. A dona da casa enviava dinheiro para minha mãe e deixava que eu falasse ao telefone com ela. O marido foi bom até eu ficar maiorzinha. Daí, passou a dizer que me queria — conta Cleusa, que foi, então, trabalhar em Copacabana. — Fui arrumadeira até casar, em 1967, quando fomos para São Gonçalo.
Foi em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, quando o governo militar já havia aprovado a Constituição de 1967, que nasceram Ana Verônica, em 1968, e

Robson, em 1970. O casamento não deu certo, e Cleusa viu que era hora de “fazer uma profissão”. A neta de Vicente decidiu estudar.
— Fiz supletivo. Continuava doméstica, mas ganhava pouco. Algumas vezes a gente tinha um ovo e só. Não foi fácil, mas concluí o primeiro grau — lembra Cleusa. — Uma vizinha viu meu esforço e se ofereceu para me ensinar a costurar. Consegui emprego numa fábrica. Depois, comprei uma máquina à prestação e comecei a costurar em casa.
E foi costurando que ela pôde fazer com que Ana Verônica fosse a primeira da família a ter curso superior. Ela se formou em Ciências Contábeis, numa faculdade particular.
— Foi uma peleja desde a hora da inscrição. Eu não tinha o dinheiro todo, o diretor falava que não podia esperar, e ela chorava. Os vizinhos ajudaram e deu tudo certo — recorda.
Com Robson, “a peleja foi igual”:
Ele estudou em Niterói (na UFF) e, depois, foi estudar em Campinas (Unicamp), já tendo um filho pequeno.
Hoje, Daniel, filho de Robson, é um rapaz de 18 anos e cursa Geografia na Uerj.
— Quero que ele passe adiante a história da família. Que lembre que a vida mudou quando minha mãe, avó dele, disse que o estudo devia vir em primeiro lugar. Eu vivo em Campinas, tenho situação financeira boa. Minha família continua em São Gonçalo, numa área em que todos os amigos de infância do meu filho se envolveram com o tráfico e estão mortos — diz Robson. — Ficamos para mostrar que é possível mudar. O que temos é esforço nosso. Os escravos, meus avós diziam, viviam coletivamente. A gente também. Ninguém aqui caminha individualmente. Carregamos a marca da escravidão até na identidade. Mas temos prosperado.


“Mesmo com todos os obstáculos a família nunca deixou de estudar”

Professor:  Odilon  Disciplina: História 

30 comentários:

  1. Luana n° 27 e Mayara n° 29 7ªF
    O texto é interessante, pois ele aos 15 anos, se casou com uma mulher 2 anos mais velha que ele.
    Uma historia diferente e achamos legal o apoio da familia.

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  2. interessante esse texto emplica bastante coisa!,e ate muito bom ter textos assim no blog da escola pois ai sim todos iriam reflitir que ninguem e perfeito essa familia mostra que para alcançar a vitoria tem que se lutar e alguentar firma Thiago S. sexta serie F

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  3. GUILHERME E KARINA 6F MANHA SALA:12 NOIS GOSTAMOS MUITO DESSA HISTORIA ACHAMOS MUITO INTERRASANTE

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  4. janaina e nayra 6f nos achamos o texto interessante e legal

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  5. Livia carine 6ºf esse texto foi um relato em que eles contam sobre oque vivem ai contam muito pouco sobre sua familia origem e etc...
    foi muito bom esse texto.

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  6. franciane eu gostei muito desse texto porque eu achei muito enteressante dezesseis anos mais tarde em 13 de maio o pais tinha menos de um milhao de escravos

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  7. Eu Itamaria e Natasha 7ºAno E ficamos surpreendida com essa Historia de vida ,que ensina que é importante estudar não importa suas dificuldades.

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  8. Leticia Aparecida Evangelista Lopes 6ºF
    Foi muito bacana esse texto pois fala que os escravos também pode ter uma faculdade ,casa,estudo,trabalho etc...

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  9. thiago cerqueira bonfim numero 39 6f
    eu acho que esse texto (essa história) é muito boa é uma história de superação e eles merece ter melhora de vida

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  10. diego/johnny/carlos d. 6f achamos muito interessante esse texto sobre os escravos

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  11. daniel joão 6f
    achamos o testo legal

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  12. Nathalia da silva cardoso 6ºF
    essa texto foi tocante por que fala sobre os bens e que tudos os negros e escravos bode ter os mesmo beneficios que todo ou brancos e outras raças como trabalho,faculdade e muitos outras coisas.
    foi magnifico ler o texto.

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  13. ola achei isso muito interessante para mim foi muito bom saber disso obrigado prof odilon Naiara alves e Mayara santos sexta serie F

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  14. achei muito legal,legal mesmo ....
    paulo henrique 7 ano b

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  15. . achei o texto muito legal ! é muito educativo !
    karoline mori moreira-25
    Iara vieira - 19 7ºano E

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  16. foi muito interessante o texto

    nome raquel cruz Lins
    nome Sarah rocha de souza
    6ano b

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  17. meu nome e Evellyn estou na aula de historia e estou no 7*ano B
    esse texto e muito interessante fala sobre a escravidao e sobre as lei q proibem esse tipo de atitude

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  18. meu nome e tiago so do 7 ano b eu ache do texto muito legal que liberto os negros de 60 a 65 anos da escravidao
    etambem muitos ficasendo prisioneiro.

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  19. meu nome e jonas do 7 ano eu achei o texto legal eu achei interessante

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  20. Olá eu sou Elidiane Silva Alves dos Santos e sou do 7ano E e eu achei esse testo bem interessante

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  21. Boa noite, esse texto é mais uma prova de superação, que mostra a importância dos estudos na vida de uma geração inteira.
    Professor Odilon.

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  22. leonardo silva de macedo n:26 achei o texto muito legal em alguma

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  23. gabriel gomes vasquez n:10 e david rodrigues melo
    n:07 achamos enteresante alguma parte do texto por que o texto fala sobre escravos e quando o brasil faz sua primeiro censo 6serie d

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  24. joao victor borges vaz eu achei muito bom de mais n:21

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  25. ola eu só o mateus voltarelli da 6 D eu achei muito interessante e só isso galerinha

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  26. oi nosso nome e guilherme da silva sousa e joabe da silva oliveira do 7 ano d
    achamos muito importante para os decendentes de escravo e uma vitoria

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  27. Rafaela Salgado n34
    Leticia Santana n27

    Eu achei bom porque falada coisas que fala do casamento de Robson da escravisão que Robson era um ercravo

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  28. thiago.s.lima numero 38 6D
    ENDENDI COISAS DE ABOLIÇAO DAS FAMILIAS

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  29. Gustavo marques do santos guilherme monteiro 6.d
    sala 10 eu achei muito importante porque si nao ia ser muito sofrimento porque os negros ia ter que ser is cravisado ate hoje.

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