segunda-feira, 20 de maio de 2013

Compartilhando: Pandora, minarã e o fogo



Pandora, minarã e o fogo

Naquele dia, estavam todos alvoroçados. Cada qual querendo
falar, mas ninguém sabendo explicar. Na reportagem a que todos
assistiram, o entrevistado dissera que não iria responder,
“para não abrir a caixa de Pandora”. Qual era a intenção dele?
O que haveria nessa caixa? A curiosidade era tanta que prometeram
silêncio para ouvir a explicação, embutida na lenda grega
sobre a origem da Humanidade.
Segundo os antigos gregos, foi o titã Prometeu, um semideus,
quem modelou com barro os primeiros seres humanos. E Zeus,
deus dos deuses, deu-lhes o sopro da vida, para que ajudassem
a cuidar de Gaia, a deusa Terra.
Entretanto, Zeus temia que, de posse do fogo, a Humanidade
roubasse o poder dos deuses. Por isso, as pessoas tinham só
comida crua e usavam peles para se defender do frio. Prometeu,
querendo ajudar, subiu ao Olimpo, onde viviam os deuses,
e roubou o fogo celeste, na forma de um carvão ardente. Na
Terra, ensinou como usar o fogo para fazer vasilhas, tijolos, enfeites,
armas de caça, cozinhar.
Quando Zeus descobriu, ficou furioso. Para punir Prometeu,
mandou acorrentá-lo numa pedra. Diariamente, uma águia devorava
o seu fígado, que à noite se regenerava (os antigos já
sabiam da capacidade regenerativa do fígado, para eles, símbolo
da vida). Um suplício de 30 mil anos, diz a lenda, até que
Hércules o libertasse.
Também com intenção de se vingar de Prometeu, Zeus usou
outros deuses do Olimpo para criar Pandora, “aquela que tem
todos os dons”. Hefesto (chamado de Vulcano entre os romanos)
esculpiu-a em barro. Atena (Minerva, para os romanos)
ensinou-lhe as artes femininas da tecelagem e da cozinha.
Afrodite (ou Vênus) deu-lhe beleza, e Hermes (ou Mercúrio) ensinou
a malícia e falsos encantos. Para arrematar, as Graças
enfeitaram-na. E Pandora chegou à Terra com a “caixa de Pandora”,
que nunca deveria ser aberta. Epimeteu, ao ver Pandora,
esqueceu o conselho de seu irmão, Prometeu, de rejeitar presentes
de Zeus. Casou-se com ela.
E Pandora não resistiu à curiosidade. Certo dia, quando o marido
dormia, abriu a caixa. Para seu susto, lá estavam os benefícios
e os malefícios do mundo, como a pobreza, a velhice e desconfiança,
que se espalharam. Zeus sentiu-se vingado: nunca
mais a Humanidade seria a raça invencível conforme Prometeu
sonhara. Mas algo restou na caixa de Pandora: a esperança.
Em muitos povos, há mitos semelhantes que explicam o acesso
ao fogo, que constitui a primeira forma de energia usada
pela Humanidade. Entre os índios caingangues, por exemplo,
Minarã, um estranho índio, guardava os segredos do fogo
numa cabana vigiada por sua filha, Iaravi. Para obtê-lo, o

guerreiro Fiietó, disfarçado em gralha-branca, caiu no rio onde Iaravi se banhava. Levada
à cabana para se secar, a gralha fugiu com um carvão em brasa. Só que, na fuga,
a floresta pegou fogo. Atraídos pelas labaredas, índios de todas as tribos buscaram
brasas. Com isso, têm hoje suas fogueiras.
Na lenda grega, Prometeu tornou-se o herói que, trazendo o fogo para o ser humano,
marcou o início da civilização. E fica a mensagem de que, por mais que se enfrentem
dificuldades na luta por ideais, a esperança ajudará.

acesso: http://www.educacao.go.gov.br/documentos/nucleomeioambiente/Caderno5_fogo.pdf  em 20/05/2013

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