quinta-feira, 15 de maio de 2014

Compartilhando

 POEMA E POETA

Eu fiz um poema belo
e alto
como um girassol de Van Gogh
como um copo de chope sobre o mármore
de um bar
que um raio de sol atravessa
eu fiz um poema belo como um vitral
claro como um adro...
Agora
não sei que chuva o escorreu
suas palavras estão apagadas
alheias uma à outra como as palavras de um dicionário.
Eu sou como um arqueólogo decifrando as cinzas de uma cidade morta.
O vulto de um velho arqueólogo curvado sobre a terra...
Em que estrela, amor, o teu riso estará cantando?

O poeta é belo


O poeta é belo como Taj-Mahal

feito de renda e mármore e serenidade
O poeta é belo como o imprevisto perfil de uma árvore

ao primeiro relâmpago da tempestade

O poeta é belo porque os seus farrapos

são do tecido da eternidade

 
 http://wwwnoticia.blogspot.com.br/2007/10/quintana-faz-diferena.html

O VELHO POETA

Velho? Mas como?! Se ele nasceu na manhã de hoje...
Não sabe o que fazer do mundo,
Das suas mãos,
De si mesmo,
Do seu sempre primeiro e penúltimo amor...
E quem diria? o que ele mais teme na vida - é o seu
próximo poema!
Porque está sempre perigando sair tão comovedoramente ruinzinho
Como os primeiros poemas que ele escreveu menino...

Mário Quintana

Revista Nova Escola

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe aqui seu comentário sobre o que você leu, não esqueça de se identificar, nome e local.
Obrigada pela sua participação, ela é essencial para a construção desse espaço.

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...