Patrono da Escola
E.E.Deputado Gregório Bezerra
Ensino Fundamental e Médio
de 2017
Professora Dirce Hiroko
Taira – ARTE
Gregório Bezerra “Feito de
ferro e flor””
Gregório Lourenço Bezerra nasceu no Sitio no
sítio Mocós em Panelas no Agreste pernambucano no dia 13 de março de 1900. Com
a idade de quatro anos começou a trabalhar na lavoura de cana-de-açúcar para
ajudar a família; e, aos nove anos de idade, já havia perdido ambos os pais – o
pai aos sete anos de idade e a mãe aos nove anos – e migrou para o Recife.
Tinha vindo para ficar com a família dos fazendeiros com a promessa de estudar,
que não foi cumprida.
A primeira
das suas muitas prisões ocorreu em 1917, quando participava de uma manifestação
de apoio à Revolução Bolchevique e das primeiras ondas de greve geral por
direitos trabalhistas no Brasil. Preso por cinco anos na antiga Casa de
Detenção do Recife, conheceu o cangaceiro Antônio Silvino, de quem se tornou
amigo. Após sair da prisão decidiu ingressar na carreira militar. Em 1922
alistou-se no exército; alfabetizou-se e em 1929 entrou para a Escola de
Sargentos;
Foi
instrutor da Companhia de Metralhadoras Pesadas na Vila Militar e instrutor de
Esportes, no Rio de Janeiro. De volta ao Recife, filiou-se, em 1930, ao Partido
Comunista Brasileiro (PCB). Com o fim do Estado Novo, foi anistiado e elegeu-se
constituinte (depois deputado federal), em 1946, por Pernambuco, na legenda do
PCB,1 sendo o deputado constituinte mais votado do estado. Teve seu mandato
cassado em 1948, juntamente com todos os parlamentares comunistas. Viveu na
clandestinidade por nove anos, organizando núcleos sindicais no Paraná e em
Goiás.
Foi
preso imediatamente após o golpe militar brasileiro de 1964, nas terras da
Usina Pedrosa, próximo a Cortês, pelo capitão Álvaro do Rego Barros, quando
tentava
organizar a resistência armada dos camponeses ao golpe em apoio ao governo
federal de João Goulart, e estadual de Miguel Arraes de Alencar.
Após
a prisão foi transferido para o Recife, onde foi torturado e arrastado pela
praça do bairro de Casa Forte pelo tenente-coronel do Exército Brasileiro Darcy
Viana Vilock, com uma corda no pescoço, e teve os seus pés imersos em solução
de bateria de carro, ficando em carne viva, e este espetáculo foi exibido pelas
televisões locais à época do golpe militar de 1964.
Condenado
a dezenove anos de reclusão, teve seus direitos políticos cassados por força do
Ato Institucional nº 1. Foi libertado, em 1969, juntamente com outros quatorze
presos políticos, em troca da devolução do embaixador dos Estados Unidos no Brasil
Charles Burke Elbrick, sequestrado por um grupo de oposição armada. Bezerra
apoiou o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) e, nessa legenda,
candidatou-se, em 1982, à Câmara dos Deputados, ficando como suplente. Passou
22 anos de sua vida preso por motivos exclusivamente políticos. Antes de
morrer, Bezerra declarou: Gostaria de ser lembrado como o homem que foi amigo
das crianças, dos pobres e excluídos; amado e respeitado pelo povo, pelas
massas exploradas e sofridas; odiado e temido pelos capitalistas, sendo
considerado o inimigo número um das ditaduras fascistas. Em homenagem a Gregório Bezerra, o poeta Ferreira Gullar escreveu
a poesia Feito de ferro e flor: "Mas existe nesta terra muito homem de
valor que é bravo sem matar gente, mas não teme o matador, que gosta da sua
gente e que luta a seu favor, como Gregório Bezerra, feito de ferro e de
flor".
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